Vou fazer um breve relato, quase um desabafo, sobre ontem.
Cheguei à General Severiano por volta de 9:30 horas da manhã. Escolhi um lugar bem em frente à porta do clube, na rua, e comecei a colocar sozinho a faixa contra a volta do Lucio Flavio. Estava ventando muito, demorei quase 20 minutos pra conseguir prender a faixa uma vez que o vento arrebentava os nós. Por volta de 10:00 horas consegui colocar a faixa no lugar. Sentei numa somba a uns 5 metros de onde a faixa estava, liguei meu MP3 player e puxei um livro. 1 minuto se passou e saíram 2 seguranças de dentro do clube. Arrancaram a faixa arrebntando as amarrações e a levaram para dentro do clube.
Ponderei, corri atrás. Pedi educadamente e encarecidamente que me devolvessem. Não levantei a voz um segundo sequer. Expliquei que aquilo era um CRIME, pois a faixa estava do lado de fora do clube e se configurava ROUBO. Ambos não tiravam os olhos dos jornais, só respondiam que estavam cumprindo ordens. Pedi pra falar com quem havia dado a ordem: nada. Pedi pra falar com quem quer que fosse dentro do clube: nada. Pedi para ligarem para o assessor de imprensa: ocupado.
Márcio Touson saiu do clube. Falei com ele, ele nem olhou pra minha cara. Saiu andando como se eu fosse um monte de m*****, e o segurança de olho caso em partisse pra dentro do tal Touson, como se eu fosse um bandido.
Liguei pro Bin umas 20 vezes pra pedir ajuda, sem sucesso, porque estava com pouco crédito no celular e se saísse da porta do clube pra comprar cartão não veria nunca mais a faixa, uma vez que eles a tirariam de dentro do clube e na chegada da polícia diriam: não tem testemunha, não tem faixa alguma.
Liguei pro Medina, amigo e conselheiro do clube, que me atendeu com a maior boa vontade do mundo e começou a correr atrás de alguém para liberar a faixa. Medina ligou pro Paulo, também conselheiro. Paulo ligou pro Edson, vice presidente do conselho deliberativo. Edson ligou pro Fernando, braço direito do vice de finanças do clube. Lá para o MEIO DIA o Fernando, um senhor muito educado e gentil, vem de lá de dentro e me chama pra conversar. Me perguntou o que tinha acontecido e perguntou se eu tinha chamado a polícia. Ponderei novamente, disse que não, que preferia resolver tudo isso sem a presença da polícia uma vez que isso seria ruim para o clube. Ele agradeceu, disse que o que os seguranças fizeram estava errado e que alguém do departamento de futebol havia dado a ordem de retirar a faixa, mas que o departamento de futebol está a parte do clube, e que alguém pagaria o pato por uma ordem que não veio da diretoria.
Dito isso, 2 horas depois de ter sido ROUBADO PELO CLUBE QUE EU AMO, DE TER SIDO TRATADO COMO UM BANDIDO, DE TER SIDO IGNORADO SOLENEMENTE POR DIVERSOS DIRETORES DO CLUBE QUE PELA PORTARIA PASSAVAM, o senhor Fernando - repito: um senhor muito educado - me devolveu a faixa sob a condição de ir pra casa esfriar a cabeça e não colocá-la lá novamente hoje.
Pedido atendido, uma vez que meio dia era a hora que defini sair de lá para ir para a UFF. Ouvi também um pedido de paciência com a diretoria do clube e com o jogadorzinho que aí está vindo, uma vez que o Botafogo não tem dirnheiro para contratar e ele virá de graça. Argumentei que isso não aconteceria, que paciência era uma coisa que a torcida do Botafogo tem há pelo menos 10 anos, e que a passividade imperava onde não deveria.
Disse também que a diretoria não deveria se sentir tão ofendida, afinal faixa tem uma vírgula depois do nome, que não havia sido colocada ali à toa ou por pouco conhecimento da língua portuguesa. A vírgula significa que o recado é pontual e tem um alvo: Lucio Flavio. Estamos falando não só para a diretoria, mas pra ELE, Lucio Flavio, que não o queremos aqui.
Novamente ouvi pedidos de paciência e voto de confiança.
Mostrei meus ingressos dos jogos no maracanã, tinha um de Xerém. Mostrei minha carteirinha de sócio torcedor e as passagens para Porto Alegre. Disse que o maior voto de confiança era continuar indo atrás do Botafogo qualquer que fosse a situação onde ele se encontrasse.
Agradeci, virei as costas e fui embora, humilhado novamente pelo clube que eu amo, pelo clube que eu escolhi pra torcer, para lutar, para acompanhar. Me sentindo impotente como nunca me senti na vida eu parei pra pensar na vida, e no clube, na estrutura, nas pessoas que estão lá dentro. É uma dor que só será comparável a, um dia, levar um tapa na cara do meu pai, que eu considero a melhor pessoa quem quem já convivi nesse mundo.
Descobri que a ordem de retirada da faixa da pracinha do manequinho (na Rua, portanto, fora do clube) partiu lá de dentro do departamento de futebol. E partiu de uma pessoa que sequer conhece a história e as tradições do Botafogo. Torce deliberadamente para outro clube rival e trata os torcedores apaixonados como se fossem lixo.
Lamento o fato de partir de dentro do clube uma ordem desse tipo, cheia de truculência e sem apoio de lei, regulamento ou qualquer outra coisa que proibisse um protesto pacífico de um torcedor que não aguenta mais o que estão fazendo com o Botafogo.
Chego à conclusão de que torcedores que cobram um Botafogo mais forte não são figuras bem quistas pelas cabeças do clube. Querem, deliberadamente, que a torcida se transforme em um monte de zumbis, passivos, com pouca paixão e pouco conhecimento da história do clube. Que não saibam quem foi Garrincha, Nilton Santos, Querentinha, Manga, Didi, Paulo C. Cajú, Otavio Moraes... que se contentem com Juninho, Lucio Flavio e Leandro Guerreiro, que batam palmas para as diversas atrocidades feitas no departamento de futebol, para os jogadores descompromissados, para o jejum de títulos, que aplaudam as derrotas, que não coloquem pressão sobre o trabalho de ninguém e que, principalmente, não reclamem do processo de diminuição do Botafogo.
Hoje (ontem) o desrespeito com o torcedor do Botafogto se traduziu num crime, num roubo de um objeto que pertence não à mim, mas à torcida do Botafogo.
Hoje (ontem) calaram um grito por um Botafogo melhor, um pedido de respeito ao clube e às suas tradições, um pedido para não transformarem o Botafogo numa clínica de recuperação de atletas ou num SPA. Um pedido para que o Botafogo se respeite, que tenha postura do clube grande que é.
Hoje (ontem) eu tive uma só certeza: estão acabando com o Botafogo.
Obrigado ao Medina, ao Marcio Padilha, ao Paulo K., ao Edson pelo carinho e pela amizade que demonstraram ontem. Agradeço também ao Fernando que me tratou exatamente como o torcedor do clube deve ser tratado: com respeito, atenção e educação.
Um abraço a todos que lutam para que o Botafogo volte a ser um gigante. Que consigamos, um dia, vencer a queda de braço com quem insiste em apequenar o clube.
Saudações Alvinegras.
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Bonde do Bin
Um grupo de amigos alvinegros que tem o Botafogo como dogma
3 comentários:
Meu total apoio ao Guilherme. Quero saber se alguém vai ser responsabilizado por essa atitude truculenta.
Não estamos falando de vândalos, nem de bandidos, nem muito menos de torcedores de outros clubes. Estamos falando de um torcedor alvinegro que estava exprimido sua opinião de uma maneira pacifica.
São atitudes como essa que afastam o torcedor do convívio do clube.
Lamentável.
Meu irmão, todo apoio a você.
Isso não vai ficar assim!
q isso,se fosse a furia esses cara ficavam pianinho mais como sao os torcedores mesmo eles tratam mal,nesse caso apoio muito a porrada
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