Na contramão da história

23 junho 2009
Ao traçarmos uma linha do tempo na história do mundo podemos encontrar o Feudalismo. Sistema sócio, político e ecônomico, cuja base assentava-se na propriedade da terra que era definidora do status na hierarquia social.

No aludido sistema, podemos destacar as figuras dos Senhores Feudais que eram aristocrátas oriundos da nobreza e do clero. Estavam no topo da pirâmide da hierarquia social.

O Rei tinha o poder de direito, mas não tinha o de fato. Os tributos naquela época tinham caráter neutro, ou seja, finalidade exclusivamente arrecadatória.

O mundo passou por diversas etapas, umas até trágicas, tais como, Cruzadas e Guerras. Os valores, apesar das passagens sangrentas, individualistas e de patrimonialismo exarcebado, se modificaram. Longe de nós dar a entender que estamos diante de conto de fadas, mas não podemos virar as costas para não visualizar o valor que as pessoas passaram a ocupar, sobretudo, com o termino da II Guerra Mundial, principalmente com a condenação dos atos nazitas, que diante da lesgislação alemã eram legais, mas que, segundo o Tribunal de Nuremberg, eram contrários ao Direito, fudamentando, assim, as condenações dos líderes nazistas.

Com valores modificados percebemos, de cara, a transposição para um regime democrático pautado na participação popular, em que o soberano é o povo, e não somente aqueles que gozam de determinado status. Dizemos logicamente que, pelo ao menos, em tese é assim.

Ultrapassada esse breve passeio na história, percebemos que, pásmem, no nosso amado Botafogo de Futebol e Regatas pode-se, facilmente, encontrar Senhores Feudais e a torcida, digo, o Rei - dentro de um Sistema Feudal.

Em época de participação representativa que respinga na transparência e na publicidade, percebemos que o clube anda na contramão. Será que para os Senhores Feudais seria interessante uma abertura participativa? O contrato de um Shopping, que é muito bem localizado e próximo ao centro de uma "megalópole", segundo boatos gera a bagatela de R$ 28 mil mensais para o clube. Boatos, pois ninguém sabe ao certo o valor, e nem mesmo com um requerimento expresso de Conselheiro acerca de detalhes do tema obteve a abertura da caixa preta. Obscuridade que vem desde 1995 até os dias atuais.

Tudo isso, dentro de uma sociedade em que a pessoa é vista como o centro, conquanto seja jurídica - Botafogo de Futebol e Regatas -, sendo deixada de lado para servir como escudo e instrumento dos perenes Senhores Feudais. O Botafogo clama, pelo menos, por liberdade.

2 comentários:

Guilherme de Carvalho disse...

Mais um belíssimo texto, Lucino.

Enquanto o Botafogo for tratado como um feudo, seremos eternamente um brinquedo nas mãos de quem tem mais dinheiro; dos senhores feudais modernos; dos influentes cercados de puxa-sacos, devedores de favor e dos rabos presos.

Um grande clube não precisa de heróis.

O Botafogo não precisa de "salvadores da pátria". Ou ao menos não deveria precisar.

S.A.

Topo disse...

Abram a porta que eu quero entrar...

S.A.

Topo

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