2010 com cara de 2009?

07 dezembro 2009
Ufa, nos livramos. Ponto. Limitamo-nos a isto.

Esses mesmos caras que nos livraram do rebaixamento são aqueles que quase mancharam a nossa história. Estão longe de serem heróis. Não há motivo para festa. O Botafogo tem história, tradição, títulos, torcida e ídolos... Temos o somatório de peculiaridades que nos torna um time grande.

Esses mesmos caras que quase nos rebaixaram são tidos pelo Vice Presidente de Futebol como espinha dorsal na montagem do time para o ano que vem.

A palavra ciclo não existe no Botafogo. No Botafogo, atual, o ciclo tem, apenas, início e meio. A base derrotada é mantida e exaltada. Seríamos dependentes químicos dos pilares da derrota? A resposta, com toda certeza, é positiva. Engraçado é saber que o Botafogo sobreviveu com as saídas de Garricha, Gerson, Marinho Chagas, Heleno de Freitas e etc, mas não sobrevive sem as presenças de Alessandro, Juninho, Leandro Guerreiro e Lúcio Flávio.

Basta sairmos da Rua General Severiano e irmos em direção à Rua Alvaro Chaves para visualizar um dos motivos do crescimento do inimigo na competição: o afastamento de determinados jogadores. Houve um renovação durante a própria competição. Lógico que o elenco do inimigo era muito mais vasto que o nosso. Primeiro, por contar com dois jogadores diferenciados (Fred e Conca) e, segundo, por contar com bons valores oriundos de Xerém. Não temos jogadores diferenciados e temos uma base sem rumo. Nem lateral esquerdo tivemos durante todo esse ano, sendo necessário um zagueiro se deslocar para a posição. Logo, não podíamos fazer o que o nosso inimigo fez.

No entanto, podemos fazer essa reformulação para o ano que vem. André Silva, porém, não coaduna com esse pensamento. Maurício Assumpção se omite diante a incompetência de seu Vice Presidente de Futebol e também não intervém. A gerência de futebol permanece nas mãos daquele que trouxe Jean Coral. A supervisão de futebol permanece nas mãos daquele que tem dificuldade em se relacionar com os jogadores.

Esta tudo errado na estrutura do futebol, desde as pessoas passando pelo pensamento de como gerir o futebol de um clube grande. Do jeito que se encaminha, 2010 tem tudo para ser o lamento que foi em 2009. O retrovisor não quebra. Olhamos para trás e conseguimos perfeitamente explicar como será futuro, assim como os gestores do nosso futebol olham para esse mesmo passado para colher soluções para o futuro. Visões iguais, porém com reações diferentes: numa de um Botafogo sem ambição; noutra de um Botafogo buscando, no máximo, a classificação para disputar a Sul-Americana de 2011.

A mosca vai embora, mas suas larvas ficam

10 agosto 2009
Saiu Ney Franco. Fato a ser comemorado ainda que sua saída tenha sido tardia, uma vez que foi por mim desejada desde o fim da temporada passada.


Mas permanece o time perdedor e descompromissado que este cidadão montou, e que só poderia, talvez, render num sistema de 3 zagueiros entupido de volantes caneleiros como Batista, Leandro Guerreiro, Fahel... Todavia, sem lateral esquerdo (e com o direito maltratando mais a bola do que o meu Bull Terrier em dia de banho), sem meia (e com menos um em campo, afinal Lúcio Flávio não pode ser considerado jogador e Renato é brincadeira de mau gosto) e com um ataque pavoroso e chinelinho que ele insistia em glorificar.


E há quem diga: "Ruim com Ney Franco; pior sem ele".


Mas boa parte da culpa pela montagem desse elenco atual é dos pedidos infundados deste técnico que fez o mesmo em 2007 treinando o lixo.


No pequeno mundo encantado do cantor romântico de cabaret, só existe Ipatinga, time B do Cruzeiro (que parece um pleonasmo) e as porcarias com as quais ele já trabalhou espalhadas por times medíocres por aí.


Ah, tem também os reservas dos reservas que aqui viraram titulares absolutos, donos da braçadeira de capitão, "filhos pródigos", salvação da lavoura.


Pode parecer um argumento reducionista, vá lá, mas não me surpreende o fato de o único jogador que realmente deu certo nesse grupo todo, o Maicosuel, nunca tenha jogado sob o comando desse treinador, nem tenha vindo por indicação dele.


Será difícil para qualquer técnico fazer render o elenco que o "manager" Ney Franco montou (com o aval da diretoria) e agora deixou pra trás.


Se com o elenco pedido pelo ex-técnico e treinado por ele até ontem estamos na situação em que estamos, quem, por melhor que seja, será capaz de fazer esse elenco limitado, descompromissado render em campo?


É com legado negativo atrás de legado negativo que o Botafogo vai sobrevivendo, a trancos e barrancos.


O prêmio por todo esse trabalho digno de uma surra de gato morto até o gato miar? Salários em dia e R$ 200 mil pela rescisão. Além da gratidão da diretoria que até o último minuto fechou os olhos para a incompetência desse perdedor, tentando, provavelmente, esconder a sua própria incompetência.


Não há dúvida, meus caros: o ano será negro.

A "co-irmandade", a incompetência e o Engenhão

05 agosto 2009



Depois de uma semana conturbada no clube, da dança de cadeiras no quadro das vice-presidências com a saída do Beto Macedo (vice-presidente de marketing) e Anderson Simões (vice-presidente administrativo), da demissão prematura do diretor de marketing do clube (responsável pela implantação do bem sucedido programa de sócio-torcedor do Internacional) Josué Tiffot, da proximidade do fim da janela de transferências do exterior e da ausência de reforços, enfim, do caos instalado e de fazer o clube continuar parecendo a "casa da mãe Joana" no futebol, eis que surge a notícia lamentável que segue:



"LANCEPRESS!



O presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, contestou nota publicada na terça-feira sobre o custeio da manutenção do gramado do Engenhão em 2010.


Diz que o clube não fez nenhum pedido ao governo nem receberá aluguel para ceder o estádio aos jogos do Flamengo e do Fluminense e que foi a própria Ferj que se propôs a obter a verba de R$ 250 mil.



Com a maior visibilidade do estádio, o clube fará contratos mais lucrativos. "



Será que a diretoria do clube não enxerga o potencial desse magnífico estádio que caiu no colo do Botafogo quase como um presente?



Com a troca das vice-presidências o clube deveria respirar novos ares. Se antes o vice-presidente administrativo dizia aos torcedores na porta do clube que a culpa de todos os problemas do Botafogo eram da gestão passada e que seria melhor se voltássemos a jogar no Caio Martins acomodados em "confortáveis" arquibancadas tubulares, como a sua saída todos nós imaginávamos que esse pensamento deixaria de reinar no Glorioso.



Mas aparentemente o Engenhão continua a ser visto como um elefante branco (e azul), como um carma, como um piano a ser carregado nas próximas décadas, e não como uma fonte fixa e quase inesgotável de receitas no médio/longo prazo; como uma forma de identificação do clube numa área grande e populosa no subúrbio do Rio; como uma garantia de renda com um programa de sócio-torcedor capaz de cobrir o imenso déficit financeiro anual do clube; como uma área com um potencial imobiliário inexplorado; como uma possibilidade real de copiar o modelo bem sucedido de shoppings e entretenimento naquela região, que hoje faturam horrores e atraem pessoas de todos os lugares do Rio de Janeiro; como poder de barganha na negociação de patrocinadores e marcas; como auxílio à exposição da marca Botafogo que o estádio mais moderno da América Latina poderia dar.



Ao se confirmar essa barbaridade, a notícia será um balde de água fria naqueles que ainda esperavam alguma coisa dessa diretoria. Abdicar de uma receita certa até a Copa de 2014 dando aos "co-irmãos" o direito de jogarem no ESTÁDIO DO BOTAFOGO de graça, sem custos, sem taxas, na mais pura e deslavada "camaradagem".



De onde eu vim isso se chama burrice; na economia isso se chama irracionalidade; na administração isso se chama irresponsabilidade.



Falar abertamente sobre isso como se fosse uma coisa boa para o clube chama-se cara-de-pau. Torcedor não é burro. Não precisa ser administrador, economista ou sequer ter curso superior para perceber a chance, a oportunidade perdida. Aceitar e permitir a coisa nesses termos é assinar um atestado de incompetência, é carimbar mais um diploma de incapacidade.



Até parece que o Botafogo não venceu a licitação em 2007, da qual participou sozinho por desistência do "co-irmão" florido e do "co-irmão" simpatissíssimo que sequer participou da disputa por pura soberba ao achar que o estádio e seus 45 mil lugares estavam aquém das necessidades da sua torcida. "Co-irmãos" soberbos que sempre se beneficiaram da arbitragem em cima do Botafogo e da camaradagem da atual diretoria e que "co-habitarão" o estádio nos próximos anos.



A cada dia que passa a atual diretoria dá um tiro no próprio pé. Sem essas receitas os problemas tão insistentemente apontados no início do ano pela própria diretoria persistirão. Ano que vem o planejamento já deveria contar com as receitas do aluguel do Engenhão, e agora dependerá de negociação de contratos que sabe-se lá se virão apenas para o Botafogo ou se serão divididos para os co-irmãos.



O que mais esperar dessa diretoria?



Minha única certeza é a de que o Botafogo resistirá à essa enxurrada de problemas e de gente incompetente.



Mas qual o preço que pagaremos por isso? E o quanto o clube sairá enfraquecido dessa gestão?



Só o tempo dirá. Mas hoje o tempo é nosso inimigo.

Cadê a ambição?

19 julho 2009
Até quando empataremos com o time do capeta?

Até quando jogaremos pontos valiosos do brasileirão na lata do lixo?

Até quando perderemos finais para a mulambada nos pênaltis?

Até quando faremos 1 gol e deixaremos eles empatarem?

Até quando faremos o 2° gol e deixaremos eles empatarem novamente?

Até quando levaremos o gol de empate aos 45 do segundo tempo?

Até quando os jogadores entrarão em campo com postura de time pequeno?

Até quando o técnico ficará à beira do campo (quando não com cara de derrota quando da "Era Cuca") calado, imóvel?

Até quando o time que carrega a estrela solitária no peito abdicará de jogar frente ao lixo?

Até quando nossa torcida será menor que as velas de macumba do outro lado?

Até quando precisaremos aturar elencos pífios e jogadores descompromissados?

Até quando precisaremos aturar Lucio Flavio como nosso camisa 10, titular absoluto?

Até quando teremos que aturar Victor Simões visivelmente jogando contra o nosso próprio patrimônio?

Até quando precisaremos engolir o argumento de: "ah, você esta querendo muito. Estamos chegando nas finais, estamos incomodando. Antigamente lutávamos para não cair..."?

Até quando precisaremos aturar a FALTA DE AMBIÇÃO DA DIRETORIA, JOGADORES E TORCIDA?

Os fantasmas de carne e osso de General Severiano

07 julho 2009
No início do ano durante a assinatura de contrato com a tempo real e o lançamento dos novos uniformes, eis que ressurge das cinzas a figura de Mauro Ney Palmeiro, ao lado do atual presidente Maurício Assunção e de outras figuras ilustres do clube. Fato esse devidamente fotografado e publicado na imprensa.

Um prenúncio de que havia algo errado, afinal essa figura estava em estado de hibernação e há muito tempo andada desaparecido das notícias relacionadas ao Botafogo.

No mesmo evento, inclusive, estava Rubens Lopes atual presidente da FERJ, que veio a reaparecer como chefe de delegação do Botafogo no amistoso contra o Brasil de Pelotas, aquele mesmo onde jogou Túlio Maravilha. Outra aproximação que pra mim é um erro... mas isso fica pra outro post.

Eis que na festa junina do Botafogo (que diga-se de passagem estava ótima, muito animada, onde reencontrei muitos amigos da antiga e tive o imenso prazer de desfrutar da festa ao lado de verdadeiros irmãos) ouvi a boca pequena que o Mauro Ney esteve presente à reunição do conselho, deixando muitos conselheiros incomodados. Minha indignação foi grande. Infelizmente o sujeito é sócio do clube e como sócio (e benemérito) tem o direito de frequentá-la.

Bola fora, um direito é algo concedido e que pode ser suspenso. Mas sigamos em frente...

Agora fico sabendo pelo blog do MCR, onde posta meu amigo Thiago Pinheiro, que além de estar presente o cidadão ainda foi convidado para subir à tribuna e fazer algumas homenagens!!!

É inacreditável que ele ainda possa entrar no clube. Num clube sério ele já teria seu título cassado assim que levou o Botafogo para a série B, ou ao menos logo depois do escândalo do sumiço dos computadores que não permitiram acesso total às contas de sua gestão.

Mais inacreditável ainda é o senhor Mauro Ney ainda apitar alguma coisa no conselho deliberativo do Botafogo.

Inadmissível é ele, ao mesmo tempo, ter livre trânsito tanto no clube quanto no conselho deliberativo.

É a prova irrefutável de que a sujeira que nos afundou em outros anos continua a repartir o bolo em General Severiano.

Será que o senhor Mauro Ney é encarado como um exemplo de gestão de um clube de futebol?

A simples presença deste e de outros senhores na política do clube já me fazem repensar a pouca esperança que eu tinha no reerguimento da instituição no médio prazo.

O trabalho é árduo. É de docagem, de retirada das cracas para, só depois, levar este navio chamado Botafogo de volta ao mar.

Para quem não sabe as "cracas" são aqueles crustáceos marinhos de reprodução constante e muito rápida que se alojam no casco do navio facilitando a corrosão e atrapalhando a hidrodinâmica da embarcação, diminuindo a velocidade final e aumentando o consumo de combustível.

Nome muito apropriado, não?

Ou nos livramos delas ou veremos outro naufrágio já em 2010.

E talvez não seja possível resgatar o clube depois de mais esse golpe.

Vergonha na cara, Botafogo!

04 julho 2009
Nos últimos dias estou mais atento aos meios de comunicação.

O motivo? As últimas sondagens de jogadores feitas pela diretoria Botafogo.

Como todo bom torcedor que vê seu clube na última posição da tabela e enxerga um horizonte negro e sem muita esperança, escaldado pelo rebaixamento em 2002, sabendo que ele é perfeitamente possível e extremamente danoso ao clube, fico torcendo para abrir o jornal e ler: "BOTAFOGO SE REFORÇA"

Só que nas últimas semanas, além das tranqueiras de sempre e da já reconhecida incompetência da atual diretoria em negociar reforços, eis que surge o interesse por Zé Roberto, André Lime e, pasmem: Dodô!

Daqui pra frente este que vos fala o chamará de Ricardo Lucas, nome pelo qual este sem vergonha é pouco conhecido. Mas aprendi que malandro não se trata por apelido.

Uma instituição centenária do tamanho e da importância do Botafogo não pode se curvar à quem lhe cospe na cara, quem lhe trata com desrespeito, quem pisa em sua bandeira, em quem não reconhece seu tamanho e sua imponência e se acha maior e mais importante do que a própria instituição.

O Botafogo precisa se dar mais valor, precisa aprender a não se rebaixar.
A volta de Juninho e Lucio Flavio e a permanência do Leandro Guerreiro são a maior prova de que o Botafogo atual busca no passado as soluções para o presente, se esquecendo do futuro.
O simples fato de cogitar Ze Roberto, Andre Lima e Ricardo Lucas corrobora esta situação em que a diretoria do clube nos coloca: coadjuvantes; mulher de malandro.

É absolutamente inadmissível a volta desse crápula, que ao tentar escapar de uma acusação usou como escudo o próprio Botafogo. Deixou que sua esposa, dona Tatiana, falasse por si fazendo um verdadeiro escárnio com a instituição Botafogo F.R.

Omisso, frio e debochado. Passou o fim de 2007 perdendo gols importantíssimos que - até me convençam do contrário - foram de propósito.

O jogo contra o Goiás no maracanã; o jogo contra o Palmeiras também no maracanã; aquele jogo ridículo contra o River...

Teve toda a torcida ao seu lado pela absolvição e mesmo assim tratou o clube com deboche, com falta de profissionalismo, com falta de ambição.

Quando os gols saíam não comemorava. Uma mensagem clara de que estava ali cumprindo contrato. Ou pior do que isso: uma mensagem clara de que não queria o bem do clube, que um gol de vez em quando era mera obrigação.

Saiu e, como todos aqueles que tratam o Botafogo e sua torcida com desdém, não encontrou guarida em outros cantos, até finalmente ser condenado por uma instância superior que reconheceu a inocência do Botafogo nesse caso.

Agora tenta voltar, e a diretoria do Botafogo aceita, corre atrás e não duvido que o receba como mais um "filho pródigo" que à casa retorna. 36 anos, histórico de 3 abandonos (2001, 2002 e 2007). 3 vezes deixando o Botafogo de lado para ser reserva em outros clube e enfim voltar como ídolo, salvador da pátria e dono inquestionável da camisa 7.

O Botafogo parece querer errar pela 4° vez.

Aí ficam as perguntas: que tipo de torcida estamos formando para o futuro? Que tipo de ensinamento sobre o real tamanho do Botafogo F.R. essas crianças e adolescentes que vêem o Botafogo ser tratado como lixo pela diretoria e pelos jogadores terão?

O Botafogo sofre

29 junho 2009
seg, 29/06/09

por andre.rizek

(http://colunas.globoesporte.com/primeiramao)

Com uma vitoria em oito jogos, o Botafogo sofre para contratar reforços… e esbarra muitas vezes em suas divisões internas. O clube chegou a acertar tudo com Denis Marques, mas um influente colaborador vetou a contratação, opinando que o jogador era velho - tem 28 anos. Denis acabou indo para o rival Flamengo (o Rubro-Negro também pagou mais caro que o inicialmente acertado com o Botafogo).

Não que Denis Marques seja uma maravilha… Mas o Botafogo continua com Tony, Jean Coral e Laio.

O clube sofre para obter novos recursos. A diretoria anterior antecipou todas as receitas de TV até o fim de 2010 e fez um contrato de fornecimento de material até 2014 com a Fila.

Um avanço: a folha salarial do futebol, que em 2009 era de R$ 2,2 milhões, foi reduzida agora para R$ 1,1 milhão.

Comento:

Adianta ter colaborador assim? Esse é o tão sonhado profissionalismo que tanto pregava essa gestão?

Depois não sabem a razão de tudo de ruim que vem acontecendo no Botafogo nesses 6 meses de gestão.

Pergunta: Quantos anos têm o Lúcio Flávio?

PAREI!!!

Na contramão da história

23 junho 2009
Ao traçarmos uma linha do tempo na história do mundo podemos encontrar o Feudalismo. Sistema sócio, político e ecônomico, cuja base assentava-se na propriedade da terra que era definidora do status na hierarquia social.

No aludido sistema, podemos destacar as figuras dos Senhores Feudais que eram aristocrátas oriundos da nobreza e do clero. Estavam no topo da pirâmide da hierarquia social.

O Rei tinha o poder de direito, mas não tinha o de fato. Os tributos naquela época tinham caráter neutro, ou seja, finalidade exclusivamente arrecadatória.

O mundo passou por diversas etapas, umas até trágicas, tais como, Cruzadas e Guerras. Os valores, apesar das passagens sangrentas, individualistas e de patrimonialismo exarcebado, se modificaram. Longe de nós dar a entender que estamos diante de conto de fadas, mas não podemos virar as costas para não visualizar o valor que as pessoas passaram a ocupar, sobretudo, com o termino da II Guerra Mundial, principalmente com a condenação dos atos nazitas, que diante da lesgislação alemã eram legais, mas que, segundo o Tribunal de Nuremberg, eram contrários ao Direito, fudamentando, assim, as condenações dos líderes nazistas.

Com valores modificados percebemos, de cara, a transposição para um regime democrático pautado na participação popular, em que o soberano é o povo, e não somente aqueles que gozam de determinado status. Dizemos logicamente que, pelo ao menos, em tese é assim.

Ultrapassada esse breve passeio na história, percebemos que, pásmem, no nosso amado Botafogo de Futebol e Regatas pode-se, facilmente, encontrar Senhores Feudais e a torcida, digo, o Rei - dentro de um Sistema Feudal.

Em época de participação representativa que respinga na transparência e na publicidade, percebemos que o clube anda na contramão. Será que para os Senhores Feudais seria interessante uma abertura participativa? O contrato de um Shopping, que é muito bem localizado e próximo ao centro de uma "megalópole", segundo boatos gera a bagatela de R$ 28 mil mensais para o clube. Boatos, pois ninguém sabe ao certo o valor, e nem mesmo com um requerimento expresso de Conselheiro acerca de detalhes do tema obteve a abertura da caixa preta. Obscuridade que vem desde 1995 até os dias atuais.

Tudo isso, dentro de uma sociedade em que a pessoa é vista como o centro, conquanto seja jurídica - Botafogo de Futebol e Regatas -, sendo deixada de lado para servir como escudo e instrumento dos perenes Senhores Feudais. O Botafogo clama, pelo menos, por liberdade.

A imensidão do Botafogo não é só dentro dos nossos corações

17 junho 2009
Primeiramente, não podemos deixar de recordar que hoje, dia 18 de junho, nosso amigo Thiago Pinheiro completa 28 anos de luta, carinho e amor pelo clube da estrela solitária. Um alvinegro verdadeiramente atuante que inspira e expira Botafogo. Desejamos ao Pinha muita saúde, paz e felicidade nessa data tão especial. A comemoração comecará hoje e, se Deus quiser, terminará no sábado com uma grande vitória do Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas.

Por falar em sábado, o técnico Ney Franco deu indícios que vai alterar a escalação da equipe titular. No treino de ontem, vencido pelos titulares por 3x0 - gols de Vitor Simões (2) e Lúcio Flávio (de penati, como sempre) - o comandante alvinegro escalou a equipe com as presenças de Léo Silva e Laio. O time titular atuou com a seguinte formação: Renan, Alessandro, Emerson, Juninho e Eduardo; Léo Silva, Leandro Guerreiro, Batista e Lucio Flavio; Victor Simões e Laio.

Mais uma semana se passou e o reforço prometido pela diretoria de futebol profissional ainda não chegou. Falou-se no Bill, mas parece que a notícia vazou, fazendo com que outros clubes, como Corinthians, Santos e Coritiba, se interessassem pelo jogador. Como o Botafogo, de hoje, não costuma ganhar queda-de-braço nem de um recém-nascido prematuro, acreditamos que o jogador não virá mais.

Continuamos no aguardo de reforços para que, pelo ao menos, possamos disputar a primeira divisão do ano que vem. Nós como torcedores de um clube glorioso e centenário escrevemos isso com muita tristeza e dor, uma vez que não fechamos os olhos para a realidade que temos a milímetros da nossa íris, bem como não caimos no conto da carochinha de que o Botafogo brigará pelo título - uma piada tão brilhante que nem uma comissão de piadistas formada pelo saudoso Costinha, Jucas Chaves e Chico Anísio teriam a sapiência de, em conjunto, elaborar. Realmente, o que foi dito por André Silva é digno de aplauso pelos maiores mestres do humor.

O que esperar de um time como esse atual? O que esperar, também, de uma diretoria que promete um Fundo de investimento de R$ 20 milhões e apresenta um de R$ 5 milhões? De um Presidente que se orgulha do Botafogo ser um centro de excelência de recuperação de jogador? De um Vice-Presidente de Futebol que com seu olho clínico consegue enxergar potencial em Tony e que diz que o retorno do reserva do Róbson, que era reserva do Molina, que era reserva do Paulo Henrique no paulistão pelo Santos, que atende pelo nome de Lúcio Flávio, é a volta do filho pródigo.

Filho pródigo? Logo você Botafogo de Futebol e Regatas o clube que mais craques teve no futebol pentacampeão do mundo, o clube com mais jogadores na seleção de todos os tempos do futebol mundial - Nilton Santos, Carlos Alberto Torres, Didi e Garrincha - e, logo, o clube que teve mais ídolos no futebol nacional, externa nas palavras de seu Vice-Presidente de Futebol que um reserva do reserva de outro clube é um filho pródigo.

Isso reflete diretamente na nossa torcida. A mudança de mentalidade tem que ser de dentro para fora. A consequência é ver o rosto desse reserva do reserva numa bandeira sendo exaltado como maestro. Sei que nesse exato momento, muitos podem estar pensando que o que estamos escrevendo é uma heresia, no sentido de que estamos querendo impor opinião, e já que estamos numa democracia cada torcedor tem o direito de gostar e homenagear o jogador que bem entender. O que prego é simplesmente a razoabilidade. Explico melhor.

Voltemos ao nosso passado. Somos chamado de "o Glorioso" a partir de 2006 com a chegada do reserva do reserva? Não. Somos assim chamados, porque em 1910 fomos campeões cariocas aplicando sucessivas goleadas nos nossos adversários. De la pra cá tivemos jogadores brilhantes como Heleno de Freitas, Afonsinho, Nilo Murtinho, Mimi Sodre, Leonidas da Silva, Carvalho Leite, Quarentinha, etc. Por falar em Quarentinha, ele é o maior artilheiro da nossa história, e alguém ja viu alguma alguma bandeira com seu rosto? A nossa história está sendo esquecida. O que, às vezes, me parece é que não estamos falando de Botafogo, mas sim do Brasil de Pelotas, clube sem história, que, recentemente, veio encontrar em Claudio Milar um ídolo que nunca teve. Ídolo esse que, infelizmente, teve a infelicidade de falecer num acidente automobilístico.

Como a nossa história anda esquecida, inclusive pela nossa diretoria, recomendo a mesma que pesquise sobre o porquê que temos como mascote o Pato Donald. Depois de estar ciente sobre o significado do Pato Donald espero que essa mesma diretoria honre o nosso passado, agindo como tal.

Estamos de olho de em vocês.

5 - CINCO - V - IIIII - 1+4, 2+3...

14 junho 2009
Fim de semana com vitória do Fogão e derrota do lixo de goleada, com direito a baile, gritos de "olé", "frangueiro", "fica Cuca" e "freguês".

Sobre o Botafogo, tudo como antes: time burocrático; Lucio Flavio com seus toquinhos pro lado; Tony sem a menor condição de vestir a camisa do Botafogo; Batista fazendo um jogo bastante razoável; e o Ney Franco respira por, pelo menos, mais uma semana.

No Engenhão, recheado de surpresas ruins como a faixa a favor do Lucio Flavio e um pai "botafoguense" que leva o filho para o jogo vestido com a camisa do Flalixo e ainda achou que estava com a razão, havia uma outra faixa, muito feliz por sinal, que expôs uma das maiores verdades de todos os tempos, confirmada desde sempre pelo meu pai, pelo meu avô e por todos aqueles que eu conheço e que considero que entendem um pouquinho de futebol:

"GARRINCHA É MELHOR QUE O PELÉ".

Uma pena não ter tido o mesmo reconhecimento.

Mas nos corações dos Botafoguenses ele, ao lado de Nilton Santos e Didi, sempre será o maior.

Foi no sufoco...

13 junho 2009
E finalmente conseguimos nossa primeira vitoria. Suada, no final do jogo, mas aconteceu. Estou muito feliz pela entrega do time e pela parte defensiva.

Acredito que poderá ainda melhorar com a entrada do Michael na lateral esquerda e dá substituição do Alessandro pelo Thiaguinho pela direita. Na zaga ainda sou mais a dupla Wellington e Eduardo.

De volantes o clube está bem servido, não que estamos repletos de craques, muito pelo contrário, mas pelo menos temos opções, seja com a velocidade do Leo Silva, cadencia do Batista, jogo aéreo do Fahel.

O problema do clube está no meio campo e ataque. Temos poucas opções e essas não são nada boas. Acredito que precisamos de pelo menos mais 2 meias e 2 atacantes para termos elenco.
Um tempo atrás foram ventilados nomes, como o do Damian Diaz, Marquinhos e Otacílio Neto, não sei qual dessas informações é forte mesmo ou se nenhuma delas condiz com as intenções do clube. O fato é que necessitamos de reforços para ontem, pois nem em quantidade estamos bem servidos, quanto mais de qualidade.

O clube precisa se movimentar logo, hoje ficou claro que a vontade não falta, o que falta são bons jogadores. Com um pouco mais de ambição dá para pelo menos montar um elenco mais equilibrado e não sofrer com uma briga na parte debaixo na tabela. O Campeonato está com um nível técnico tão baixo, o que não é nenhuma novidade faz tempo, que tendo mais competência para ir atrás de mais recursos e, principalmente na hora de utilizá-los, poderemos aspirar melhores pretensões.

Para finalizar, foi bom ter lido declarações do presidente e vice depois dessa ótima vitória. Que elas estejam presentes nas derrotas também, caso elas ocorram, esperemos que não, pois são nesses momentos que o clube mais precisa apoio e comando.

Enfim, apareceu...

11 junho 2009
Hoje, lendo algumas matérias de sítios esportivos, vejo que finalmente o presidente do clube deu o ar da graça.

Falou sobre alguns assuntos, o mais interessante, pelo menos para esse humilde torcedor que vos fala, foi sobre o tocante ao futebol.

Deu apoio ao Ney Franco, falou que vai contratar, mas sem loucuras, citou exemplos do passado para confirmar a sua afirmação e quer evitar uma “instabilidade política”.

Comento:

O apoio ao Ney Franco até acho correto, afinal com esse time não tem técnico que dê jeito. Acho que ele pode até ser contestado, mas temos problemas bem maiores e duvido que a simples substituição do treinador dê algum resultado.

Com relação às contratações e as cobranças é onde começo a discordar.

Acho que as cobranças são importantes e reflexo do momento que o clube passa, não vemos algo de concreto sendo feito, muitas das promessas não apareceram até hoje, seis meses depois e para ser sincero, acredito que o Botafogo é um dos clubes que menos sofre cobranças por parte de seus torcedores. Quero deixar claro ainda que cobrança e violência são coisas completamente diferentes, antes que qualquer dúvida surja com relação a isso.

Em relação às contratações, temos também situações bastante distintas. O que a torcida quer é um time que honre as tradições do clube, até porque clube nenhum vive sem títulos, bons jogadores e glorias. Isso tudo caminha junto.

Não podemos ter uma diretoria que erre pelo excesso e outra que erre pela quase omissão.

Obvio que especialmente ano passado, as pessoas do futebol do clube erraram muito. Contratações sem critérios e salários altíssimos desses jogadores foram à razão de problemas com atraso de salários, acho que ninguém questiona isso.

Porém, esse ano, mesmo com uma folha baixa, também cometemos bastantes erros nas contratações e, o pior, é que vimos ainda o nosso melhor jogador sair com menos de 6 meses no clube, enquanto aqueles que não aprovam ficam no clube indefinidamente e nada é feito pra mudar essa situação. Se existe problemas financeiros, o papel da diretoria é ir atrás de recursos para poder reforçar o elenco e não se resignar com essa situação, recursos esses, acredito que não esteja enganado, foram uma das promessas de campanha.

Então, o que desejamos mais nesse momento são menos palavras e mais ação. Até porque o que todos desejamos é passar a acreditar mais no time que torcemos, voltar a ter o prazer de ver bons jogadores vestindo nossa camisa e finalmente conquistar títulos. Quero passar a escrever apenas de futebol, mas para isso aqueles que dirigem o clube têm que ajudar.

Alguém sabe onde estaria o presidente do clube?

09 junho 2009
Não seria adequado nesse momento delicado, o Sr. Presidente aparecer e tentar tomar o controle da situação?

Será que podemos ainda perguntar sobre as promessas de campanha?

Onde estão os investidores prometidos, o fundo de investimento, time competitivo para disputa dos campeonatos, Engenhão como uma das principais fontes de receita do clube?

O fato é que em 6 meses de gestão muito pouco ou quase nada foi feito. Poucos se manifestam dentro do clube, ultimamente vemos só o André Silva. Este recebendo todas as criticas que deveria ser divida com toda a diretoria, principalmente o presidente. Assim como acontecia na gestão anterior.

Enfim, para melhorar muita coisa tem que mudar. Mas uma coisa poderia já ser feita imediatamente. O presidente do clube deveria, nesse momento de crise, dar uma entrevista coletiva e apresentar o que de concreto sua gestão está fazendo para mudar o rumo que o clube se encontra nesse momento. O que podemos esperar? Ou não devemos esperar nada.

Pelo menos assim nossa combalida torcida não iria ser pega de surpresa e ficaria ciente do que vai acontecer daqui para frente.

Acho que essa seria a atitude correta a ser feita nesse momento. Não pediria nada mais do que isso.

"Nada é tão ruim que não possa piorar". Afinal, o circo é o circo.

08 junho 2009
É, meus amigos.

Ontem havia um time horroroso em campo com as cores do Botafogo. E outro tão feio quanto vestindo o abadá verde, branco e "grená".

Jogo feio, tempo frio. Torcida desanimada: cerca de 15 mil torcedores no estádio.

Pode piorar?

Chuva, Tony perdendo gol, técnico tirando Thiaguinho para a entrada de Léo Silva e mantendo Lucio Flavio, Alessandro, Emerson e um monte de outras porcarias em campo.

Pode piorar?

Botafogo leva um gol aos 40 e tal do segundo tempo.

Zona de rebaixamento por pelo menos mais uma rodada, distanciamento dos líderes da competição, técnico colocando mais 2 atacantes em campo, desespero, festa do lado de lá da arquibancada, briga nas cadeiras do maracanã, torcedor adversário fazendo chacota com o nosso torcedor escondido atrás dos policiais.

E nós, pontos escuros nos espaços vazios da amarela, aguardando o fim da partida.

Pronto, acabou o jogo. Não pode piorar.

Não pode?

Thiago, Isaac e eu subimos as escadas para retirarmos nosso protesto contra a volta do líder dos amarelos.

Eis que, contrariando todas as regras que a nossa boa e "nova" democracia, aquela que na constituição de 1988 aparece representada, dentre outros, pelo direito ao livre arbítrio, levanta um malandro lá na ponta direita da amarela, devidamente trajado de casaco verde e camisa branca (só faltou o tal do grená), se vira para nós e começa a xingar.

Sim, isso mesmo. Xingar nosso protesto, exaltar a Lucinha.

O Botafogo perdeu o jogo, continua na zona de rebaixamento, a instituição manchada pela atuação pífia desses malandros que se dizem jogadores de futebol, e o cara, em vez de se preocupar com a situação do time, tem a corajem de arranjar forças para xingar outros torcedores que protestam contra o retorno das jogadinhas curtinhas de escanteio que nunca dão em nada, dos escanteios no primeiro pau, das faltas nas mãos do goleiro adversário, dos chutes de fora da área que não acertam o gol ou quando acertam vão, lentamente, para as mãos do goleiro, do trote maroto no meio de campo, dos toquinhos pro lado, do camisa 10 que foge da bola...

Coloca o jogador acima do clube, da instituição, e prefere defendê-lo quando este fez um jogo digno dos piores jogos de 2008.

Coloca o jogador acima do direito que nós, torcedores que pagamos nossos ingressos, temos de reclamar.

O bom torcedor prefere não ir mais ao estádio e os que vão batem palmas para o Tony e revidam com agressividade qualquer protesto por um Botafogo melhor e com mais vergonha na cara.

Nossa torcida virou um "platéia de cidade do interior". Quando o circo chega, ela ocupa meia dúzia de lugares na platéia para ver um leão velho, um homem vestido de gorila e um palhaço sem graça. Aplaude de pé, o espetáculo lamentável, anestesiada pelas lâmpadas coloridas, pelo cheiro saudoso do picadeiro. E quando alguém lúcido reclama e pede o dinheiro do ingresso de volta, se volta contra o cidadão, o vaia e toma posição ao lado do dono do circo.

Afinal, o circo é o circo.

Quando o desrespeito vira crime

28 maio 2009
Vou fazer um breve relato, quase um desabafo, sobre ontem.

Cheguei à General Severiano por volta de 9:30 horas da manhã. Escolhi um lugar bem em frente à porta do clube, na rua, e comecei a colocar sozinho a faixa contra a volta do Lucio Flavio. Estava ventando muito, demorei quase 20 minutos pra conseguir prender a faixa uma vez que o vento arrebentava os nós. Por volta de 10:00 horas consegui colocar a faixa no lugar. Sentei numa somba a uns 5 metros de onde a faixa estava, liguei meu MP3 player e puxei um livro. 1 minuto se passou e saíram 2 seguranças de dentro do clube. Arrancaram a faixa arrebntando as amarrações e a levaram para dentro do clube.

Ponderei, corri atrás. Pedi educadamente e encarecidamente que me devolvessem. Não levantei a voz um segundo sequer. Expliquei que aquilo era um CRIME, pois a faixa estava do lado de fora do clube e se configurava ROUBO. Ambos não tiravam os olhos dos jornais, só respondiam que estavam cumprindo ordens. Pedi pra falar com quem havia dado a ordem: nada. Pedi pra falar com quem quer que fosse dentro do clube: nada. Pedi para ligarem para o assessor de imprensa: ocupado.

Márcio Touson saiu do clube. Falei com ele, ele nem olhou pra minha cara. Saiu andando como se eu fosse um monte de m*****, e o segurança de olho caso em partisse pra dentro do tal Touson, como se eu fosse um bandido.

Liguei pro Bin umas 20 vezes pra pedir ajuda, sem sucesso, porque estava com pouco crédito no celular e se saísse da porta do clube pra comprar cartão não veria nunca mais a faixa, uma vez que eles a tirariam de dentro do clube e na chegada da polícia diriam: não tem testemunha, não tem faixa alguma.

Liguei pro Medina, amigo e conselheiro do clube, que me atendeu com a maior boa vontade do mundo e começou a correr atrás de alguém para liberar a faixa. Medina ligou pro Paulo, também conselheiro. Paulo ligou pro Edson, vice presidente do conselho deliberativo. Edson ligou pro Fernando, braço direito do vice de finanças do clube. Lá para o MEIO DIA o Fernando, um senhor muito educado e gentil, vem de lá de dentro e me chama pra conversar. Me perguntou o que tinha acontecido e perguntou se eu tinha chamado a polícia. Ponderei novamente, disse que não, que preferia resolver tudo isso sem a presença da polícia uma vez que isso seria ruim para o clube. Ele agradeceu, disse que o que os seguranças fizeram estava errado e que alguém do departamento de futebol havia dado a ordem de retirar a faixa, mas que o departamento de futebol está a parte do clube, e que alguém pagaria o pato por uma ordem que não veio da diretoria.

Dito isso, 2 horas depois de ter sido ROUBADO PELO CLUBE QUE EU AMO, DE TER SIDO TRATADO COMO UM BANDIDO, DE TER SIDO IGNORADO SOLENEMENTE POR DIVERSOS DIRETORES DO CLUBE QUE PELA PORTARIA PASSAVAM, o senhor Fernando - repito: um senhor muito educado - me devolveu a faixa sob a condição de ir pra casa esfriar a cabeça e não colocá-la lá novamente hoje.

Pedido atendido, uma vez que meio dia era a hora que defini sair de lá para ir para a UFF. Ouvi também um pedido de paciência com a diretoria do clube e com o jogadorzinho que aí está vindo, uma vez que o Botafogo não tem dirnheiro para contratar e ele virá de graça. Argumentei que isso não aconteceria, que paciência era uma coisa que a torcida do Botafogo tem há pelo menos 10 anos, e que a passividade imperava onde não deveria.

Disse também que a diretoria não deveria se sentir tão ofendida, afinal faixa tem uma vírgula depois do nome, que não havia sido colocada ali à toa ou por pouco conhecimento da língua portuguesa. A vírgula significa que o recado é pontual e tem um alvo: Lucio Flavio. Estamos falando não só para a diretoria, mas pra ELE, Lucio Flavio, que não o queremos aqui.

Novamente ouvi pedidos de paciência e voto de confiança.

Mostrei meus ingressos dos jogos no maracanã, tinha um de Xerém. Mostrei minha carteirinha de sócio torcedor e as passagens para Porto Alegre. Disse que o maior voto de confiança era continuar indo atrás do Botafogo qualquer que fosse a situação onde ele se encontrasse.

Agradeci, virei as costas e fui embora, humilhado novamente pelo clube que eu amo, pelo clube que eu escolhi pra torcer, para lutar, para acompanhar. Me sentindo impotente como nunca me senti na vida eu parei pra pensar na vida, e no clube, na estrutura, nas pessoas que estão lá dentro. É uma dor que só será comparável a, um dia, levar um tapa na cara do meu pai, que eu considero a melhor pessoa quem quem já convivi nesse mundo.

Descobri que a ordem de retirada da faixa da pracinha do manequinho (na Rua, portanto, fora do clube) partiu lá de dentro do departamento de futebol. E partiu de uma pessoa que sequer conhece a história e as tradições do Botafogo. Torce deliberadamente para outro clube rival e trata os torcedores apaixonados como se fossem lixo.

Lamento o fato de partir de dentro do clube uma ordem desse tipo, cheia de truculência e sem apoio de lei, regulamento ou qualquer outra coisa que proibisse um protesto pacífico de um torcedor que não aguenta mais o que estão fazendo com o Botafogo.

Chego à conclusão de que torcedores que cobram um Botafogo mais forte não são figuras bem quistas pelas cabeças do clube. Querem, deliberadamente, que a torcida se transforme em um monte de zumbis, passivos, com pouca paixão e pouco conhecimento da história do clube. Que não saibam quem foi Garrincha, Nilton Santos, Querentinha, Manga, Didi, Paulo C. Cajú, Otavio Moraes... que se contentem com Juninho, Lucio Flavio e Leandro Guerreiro, que batam palmas para as diversas atrocidades feitas no departamento de futebol, para os jogadores descompromissados, para o jejum de títulos, que aplaudam as derrotas, que não coloquem pressão sobre o trabalho de ninguém e que, principalmente, não reclamem do processo de diminuição do Botafogo.

Hoje (ontem) o desrespeito com o torcedor do Botafogto se traduziu num crime, num roubo de um objeto que pertence não à mim, mas à torcida do Botafogo.

Hoje (ontem) calaram um grito por um Botafogo melhor, um pedido de respeito ao clube e às suas tradições, um pedido para não transformarem o Botafogo numa clínica de recuperação de atletas ou num SPA. Um pedido para que o Botafogo se respeite, que tenha postura do clube grande que é.

Hoje (ontem) eu tive uma só certeza: estão acabando com o Botafogo.

Obrigado ao Medina, ao Marcio Padilha, ao Paulo K., ao Edson pelo carinho e pela amizade que demonstraram ontem. Agradeço também ao Fernando que me tratou exatamente como o torcedor do clube deve ser tratado: com respeito, atenção e educação.

Um abraço a todos que lutam para que o Botafogo volte a ser um gigante. Que consigamos, um dia, vencer a queda de braço com quem insiste em apequenar o clube.

Saudações Alvinegras.

Jejum de 20 e tantos anos, cachorro marcando a história do clube, dificuldades, glórias...

26 maio 2009
Não, não estamos falando de Botafogo. Estamos falando do Manchester United, mas é curioso ver como dois clubes com tantos pontos em comum, hoje tomam rumos completamente diferentes.

O clube de futebol mais rico do mundo na atualidade, o Manchester United, foi fundado em 1878 por um grupo de ferroviários ingleses, que o batizaram inicialmente como "Newton Heath". Sem muitos recursos na época, o clube tentou durante vários anos ingressar na Liga Inglesa, mas não obteve sucesso. A chance de se juntar à elite do futebol inglês surgiu somente em 1892, com a criação da segunda divisão no país. O desempenho do time na Liga, no entanto, foi um fracasso e, após dez anos de maus resultados, seus diretores concluíram que seria necessária uma reformulação completa no time. Como o clube estava à beira da falência, decidiram realizar um bazar para angariar fundos que viabilizassem os novos investimentos. Apesar do empenho de todos, o bazar foi um fiasco, mal dando para pagar o aluguel do local do evento. Mas a sorte do clube deu uma estranha virada. Harry Stafford, o capitão do time, levou para o bazar o seu cão da raça São Bernardo, que com uma caixa amarrada à coleira, ajudava a coletar doações.

As décadas de 20 e 30, no entanto, não foram boas para o clube, que oscilou entre a primeira e segunda divisão sem nenhum brilho. Ao ser deflagrada a Segunda Guerra Mundial, em 39, os campeonatos de futebol da Inglaterra foram todos cancelados e só voltaram a ser disputados em 46. A Guerra ainda deixou o seu rastro de destruição no clube: em março de 41, o estádio Old Trafford ficou em ruínas após sofrer um devastador bombardeio aéreo. Devido às reformas, o clube só voltaria a jogar no Old Trafford oito anos depois.

No dia 6 de fevereiro de 1958 quando o Manchester fazia o retorno à Inglaterra após a partida contra o Estrela Vermelha, ocorreu uma tragédia que chocou o mundo. A equipe havia conquistado um empate por 3 a 3 contra o time iugoslavo, que lhe rendeu a classificação para as semifinais da Taça dos Campeões. Mas não houve tempo para comemoração. Segundo testemunhas, durante a viagem estava nevando muito. O piloto do bimotor da British European Airways, construído pela “ De Havilland”, que fazia serviços entre a Alemanha e a Inglaterra, estava com pouca visibilidade. E, para piorar, um dos motores estava com defeito. A torre chegou a ser informada sobre o problema, mas nada adiantou. Logo depois, o motor pegou fogo e o avião caiu nas proximidades da cidade de Munique, na região da Baviera, por volta das 18 horas. No acidente morreram 28 pessoas entre passageiros e moradores do local da queda do avião. A comitiva do Manchester era formada pelo diretor esportivo, o secretário da equipe, 11 jornalistas e 17 jogadores. Logo após o acidente, o zagueiro Billy Foulker afirmou: “Tudo se passou terrivelmente depressa. Uma explosão formidável que sacudiu o aparelho, e tínhamos a impressão que nossos tímpanos explodiam”. A equipe perdeu oito jogadores: Roger Byrne (28), Eddie Colman (21) Duncan Edwards (21), Mark Jones (24), David Pegg (22), Tommy Taylor (26), Liam Welan (22) e Greoffrey Bent (25). Até hoje a tragédia não foi esquecida. No aeroporto de Riem foi construído um grande memorial e várias homenagens ocorreram no aniversário de 40 anos do acidente, em 1998. A mais bonita aconteceu no estádio Old Trafford, no dia 7 de fevereiro, antes do jogo entre Manchester United e Bolton. Mais de 50 mil pessoas fizeram um minuto de silêncio. Bobby Charlton, um dos sobreviventes que depois se tornaria um dos maiores jogadores da história da Inglaterra, não conseguiu segurar a emoção. No mesmo ano, o destino pregou uma peça nos ingleses. O Manchester foi à cidade de Munique enfrentar, pela Copa dos Campeões, o Bayern Munich, no dia 30 de setembro. O jogo terminou empatado por 2 a 2 e a dor voltou ao coração dos ingleses.

Os anos 70 e 80 trouxeram muitos infortúnios e poucas glórias aos Diabos Vermelhos, que conquistaram somente três Copas da Inglaterra e um campeonato da segunda divisão neste período. O clube só começou a recuperar seu prestígio em 86, depois da chegada do técnico Alex Fergusson. Foram necessários ainda alguns anos para que Fergusson montasse uma grande equipe, mas a partir de 90, o Manchester United iniciava uma fase de grandes vitórias, se transformando em uma potência dentro e fora do campo.

Em 1992, os clubes ingleses resolveram criar sua própria Liga, a Premier League, e começaram a investir pesado na contratação de reforços estrangeiros. O Manchester contratou o melhor e mais polêmico deles, o francês Eric Cantona, que antes de se transferir para o clube, ainda ajudou o Leeds a vencer a Premier League de 91. No ano seguinte, Cantona conquistou o mesmo campeonato com o Manchester, se consagrando definitivamente no futebol inglês.

Na temporada de 98/99, o Manchester United conseguiu uma façanha jamais vista em terras inglesas, vencendo a tríplice coroa (campeão inglês, campeão da Copa da Inglaterra e campeão da Liga dos Campeões da Europa), o maior título que se pode conquistar no futebol europeu. O bicampeonato da Copa dos Campeões foi conquistado em maio de 1999, no estádio Nou Camp, em Barcelona, naquela que foi considerada uma das mais emocionantes partidas da história do futebol. Perdendo para o Bayern de Munique (ALE) até os 46 minutos do segundo tempo, o Manchester United conseguiu uma virada inacreditável, marcando dois gols em um minuto e meio. Teddy Sheringham e Ole Gunnar Solskjaer assinalaram os gols da vitória que trouxe de volta a taça européia ao Old Trafford depois de 30 anos. Esta partida marcou também a despedida do brilhante goleiro dinamarquês Peter Schmeichel, "The Great Dane", que defendeu a meta do Manchester durante nove anos até se transferir para o Sporting de Lisboa.

Em 30 de novembro de 1999, o time enfrentou o Palmeiras pelo Mundial Interclubes, título nuca conquistado por um clube inglês. O Manchester venceu a partida por 1 a 0, gol do irlandês Roy Keane, capitão do time, aos 35 minutos do primeiro tempo, e encerrou com chave de ouro a temporada. Além do Mundial, os Red Devils conquistaram a Liga dos Campeões da Europa, o campeonato inglês e a Copa da Inglaterra.

Em tempos como o de hoje, vale a pena refletir.

Ah, ia esquecendo, amanhã teremos mais um grande jogo. Manchester e Barcelona será um jogão.

Protesto em Porto Alegre

23 maio 2009
Galera, o protesto contra a vinda do pantufinha ganha as ruas de Porto Alegre. Abaixo, uma foto da faixa em frente à Prefeitura.



Agora Guilherme, Thiago Pinheiro e Ottaviano representando o Botafogo nas ruas da cidade.





Em um museu da cidade, onde contavam a história do Rio Grande do Sul, havia uma foto da participação popular no orçamento. Bem, vejam vocês mesmos:



Jamais nos calarão!

Isso é o Bonde do Bin!

18 maio 2009