2010 com cara de 2009?

07 dezembro 2009
Ufa, nos livramos. Ponto. Limitamo-nos a isto.

Esses mesmos caras que nos livraram do rebaixamento são aqueles que quase mancharam a nossa história. Estão longe de serem heróis. Não há motivo para festa. O Botafogo tem história, tradição, títulos, torcida e ídolos... Temos o somatório de peculiaridades que nos torna um time grande.

Esses mesmos caras que quase nos rebaixaram são tidos pelo Vice Presidente de Futebol como espinha dorsal na montagem do time para o ano que vem.

A palavra ciclo não existe no Botafogo. No Botafogo, atual, o ciclo tem, apenas, início e meio. A base derrotada é mantida e exaltada. Seríamos dependentes químicos dos pilares da derrota? A resposta, com toda certeza, é positiva. Engraçado é saber que o Botafogo sobreviveu com as saídas de Garricha, Gerson, Marinho Chagas, Heleno de Freitas e etc, mas não sobrevive sem as presenças de Alessandro, Juninho, Leandro Guerreiro e Lúcio Flávio.

Basta sairmos da Rua General Severiano e irmos em direção à Rua Alvaro Chaves para visualizar um dos motivos do crescimento do inimigo na competição: o afastamento de determinados jogadores. Houve um renovação durante a própria competição. Lógico que o elenco do inimigo era muito mais vasto que o nosso. Primeiro, por contar com dois jogadores diferenciados (Fred e Conca) e, segundo, por contar com bons valores oriundos de Xerém. Não temos jogadores diferenciados e temos uma base sem rumo. Nem lateral esquerdo tivemos durante todo esse ano, sendo necessário um zagueiro se deslocar para a posição. Logo, não podíamos fazer o que o nosso inimigo fez.

No entanto, podemos fazer essa reformulação para o ano que vem. André Silva, porém, não coaduna com esse pensamento. Maurício Assumpção se omite diante a incompetência de seu Vice Presidente de Futebol e também não intervém. A gerência de futebol permanece nas mãos daquele que trouxe Jean Coral. A supervisão de futebol permanece nas mãos daquele que tem dificuldade em se relacionar com os jogadores.

Esta tudo errado na estrutura do futebol, desde as pessoas passando pelo pensamento de como gerir o futebol de um clube grande. Do jeito que se encaminha, 2010 tem tudo para ser o lamento que foi em 2009. O retrovisor não quebra. Olhamos para trás e conseguimos perfeitamente explicar como será futuro, assim como os gestores do nosso futebol olham para esse mesmo passado para colher soluções para o futuro. Visões iguais, porém com reações diferentes: numa de um Botafogo sem ambição; noutra de um Botafogo buscando, no máximo, a classificação para disputar a Sul-Americana de 2011.